1/07/2014

História da Jenn e Bônus

Eu, eu não sei se de fato, você, que lê isso, me conhece. Eu sou apenas mais uma, que  não aparece, não é atualizada, e, enfim, acho que você não sabe mesmo. Tem uma probabilidade de uns 90% de você não me conhecer. Apesar de eu ter uma história, eu não sou a principal, e como dão apenas importância para os principais, os que dão mais ‘destaque’, sabe?,  eu sempre fico de fora. Não apenas com os meus amigos, mas na minha família já é algo assim.
Acontece que eu também sou bem tímida, mas isso não vem ao caso.
Caso você não me conheça, vou logo explicando : meu nome é Jenn Wolf, tenho 78 anos, (aparência de 16) sou de uma tribo de lobisomens famosa, mas muito rígida. Sou filha do ‘dono’ do grupo, o alfa, digamos. Meu irmão mais velho, Stewart, também é um alfa, ele tem um cabelo liso comprido e bem-cuidado, ele é alto e forte, tipo, bem, beeem forte. Não aquele corpo (meio) humano com braços e pernas completamente desproporcionais, com uma força de Deus e bla blah blah, na verdade ele é forte, sim, bastante forte, mas não tipo um Chuck Norris da vida, ele é de um bom ‘porte’ já que ele é um alfa, e ele não tem músculos desproporcionais, ele tem alguns músculos, não tão grandes, nem tantos. Ta ótimo pra um alfa. Tipo, muito bom mesmo para um alfa.
A começar a falar da minha tribo.
Minha tribo é a Alfa e Ômega, e é tipo suuper secreta, é sigilo absoluto, se você contar para alguém não autorizado : morre. Você é perseguido pelos melhores da tribo e, de um jeito ou de outro você acaba morrendo, uma hora ou outra vão descobrir, ou vão te achar.
Apesar de eu ser filha do ‘alfa supremo’ – Eu chamo ele de alfa supremo mesmo, e eu chamo o Stewart de alfa-médio – ele não tem confiança total em mim, tipo, a própria filha dele, vê se pode! Ele me chama de fraca, diz que eu não tenho futuro nenhum para ser uma alfa, – assim mesmo, na lata, sem dó nem piedade – pois requer muita responsabilidade e blah, blah, blah, e essa chatice toda, apesar de que o meu maior sonho é participar de verdade da tribo, ser uma alfa ou uma ômega. Já pensou? Eu seria vista finalmente pela sociedade como eu realmente quero, meu maior sonho, mas só sonho mesmo. Já perdi todas as esperanças.
O problema real é que meu pai me denomina fraca demais, mas tipo, ele nunca me levou pra trabalhar duro, participar de tudo aquilo pior que um treinamento militar, não que eu desejasse, mas eu queria mostrar para o meu pai uma chance de que eu posso ser melhor que o Stewart e que a Anna, com certeza por causa dela.
Espera, espera. Vou explicar quem é tal da Anna.
A Anna é uma americana normal que trabalha como garçonete em um barzinho desses aí sem importância. Ela vive com seu salário e sua gorjeta, que ganha quase nunca. Ela é, devo admitir, bem bonita. Tem os olhos cor de amêndoa e os cabelos castanhos meio caramelo. Ela é magra, esbelta e forte, isso segundo o Stewart.
Na verdade eu acho isso apenas conversa, ela estaria morta se não fosse pelo meu irmão.
Ela se transformou em um lobisomem, sim, foi transformada. E, como ela foi transformada ela quase morreu,pois era muito fraca e ela era uma humana, não tinha treinamento para tal. Ela foi transformada em uns caras bem perigosos, eles fazem coisas tão ruins que eu nem quero contar, de verdade. Mas, acredito que por causa da sua beleza ela ganhou meu pai e meu irmão, agora meu pai é super na dela e diz que ela apenas está tentando se acostumar com tudo novo, e meu irmão é tipo, super afim dela. Ela até dormiu na casa dele um dia. Nada a declarar. Não espiei nada, por favor, tenho coisas melhores pra fazer  – e me veriam se eu ficasse olhando pela fechadura –.
Ela já tentou ficar minha amiguinha, mas eu não dei a menor pra ela, e todo o sacrifício que ela fez para me fazer de alguma forma gostar dela – nem um tantinho que seja – foi pro lixo, porque ela é tipo, super entediante e sem assunto, além do mais, ela realmente não sabe quando conversar com alguém, – talvez pela atenção que ela sempre ganha – pois eu estava de fones.
Eu também não ouvi nada e aumentei o volume da música – Misery do Maroom 5 – para usar uma desculpa caso ela dissesse para o meu pai que eu a ignorei.
Ela não contou, mas eu ainda não gosto dela. Simplesmente porque têm gente muito melhor que ela na tribo e quem recebe a atenção de 100% dela é essa maldita Anna. Eu sempre falo para abrirem o olho, que ela não é isso que aparenta e tal, mas nunca me escutam, e ficam com essa mesma ladainha de ‘você não sabe o que ela passou’ ou ‘conheça ela primeiro’, esse papo chato.
Agora a passar sobre a minha vida.
Na verdade, meu pai queria que, ao invés de uma menina, eu fosse um menino. Para tomar o lugar do Stewart caso acontecesse algo.
Á alguns anos eu fui ao encontro de meu pai, decidida de que eu iria contar tudo o que me aflige. Vesti meu gorro vermelho, meu cachecol com duas cores, – vermelho e preto – um suéter que vem dos ombros até as mãos branco, um pequeno top preto e uma calça jeans escura esfolada. Peguei qualquer um dos tênis que encontrei e acabei pegando um all-star verde escuro de couro. Não me preocupei tanto com o cabelo já que parte dele estava dentro do gorro ou apertado pelo cachecol.
Eu caminhei com passos lentos e surdos até o pequeno jardim botânico do lado de fora para fazer uma surpresa, mas acabei espirrando e ele se virou para mim com uma cara séria. Ele estava de óculos, vestia uma blusa preta comprida de gola V com uma blusa menor regata dentro, um jeans bem passado e com o cabelo grisalho espetado de uma forma desarrumada, porém, com estilo. Coçou a barba mal feita e se apoiou aonde estava, com uma pequena pá em mãos. Uma cara de interrogação notável.
– Pai... – eu fiz uma pausa, olhei para baixo e engoli em seco. – Pai, – repeti, tentando de novo, dessa vez olhando em seus olhos – eu quero te contar algo que me aflige a muito tempo – coloquei uma das minhas mãos em cima do meu peito e a outra mão por cima da outra.
– Hm, nada importante, acredito – ele se virou para as plantas – Pode contar se você faz questão, vou estar ouvindo. – Meu pai nunca levou nada do que eu digo a sério.
– Mas é importante! – eu disse com a voz um pouco mais forte. Mas ele continuou na sua mesma posição, me ignorando. – Eu... – olhei para baixo e respirei fundo. Olhei para ele novamente, apesar de estar vendo apenas seu cabelo grisalho. – Eu te amo, e eu gostaria que você demonstrasse o mesmo por mim. Eu sou sua filha, não ganho sua atenção. Eu sei muito bem que você queria um menino. Eu sei que você me odeia, mas acho que eu tenho a chance de mostrar que eu sou boa o suficiente para ser tratada direito! – as lágrimas caiam, e eu continuei ainda mais forte – Minhas chances de que você se lembrasse de mim foram totalmente apagadas desde quando essa... essa Anna chegou. Eu sei que você gosta mais do Stewart! Eu sei! Mas, transmita pelo menos uma vez, uma, só uma vez, que eu sou importante para você. – Cai com as pernas bambas, ainda chorando, mas sem parar nem um instante –  Você podia demonstrar o mesmo amor que a mamãe! – eu diria muito mais coisas, mas ele me interrompeu.
Levantou-se rapidamente se dirigindo a mim com passos firmes. Levantou minha cabeça com seus dedos  levantando meu queixo e, ao tirar seus dedos, me deu um tapa. Sim, um tapa na cara. Daqueles bem  fortes, cheios de ódio, de rancor. Eu olhei para ele ainda chorando com uma das mãos no local atingido, e, apesar daquela marca ter sido feita no meu rosto, a marca desse mal-trato ficou para sempre no meu coração; o local atingido pela mão dele fumegava.
Ele saiu com uma cara de nojo.
Fiquei ali aos prantos. Por um longo tempo botei tudo o que eu sentia para fora por meio de lágrimas.
Pode parecer estranho, mas é assim. Meu pai nunca gostou de mim. Eu vivo trancada no meu quarto. Também não tenho escolha. Ele colocou grades nas janelas e na porta para eu não sair e colocou um compartimento minúsculo para eles passarem a comida. Apesar de esquecerem com freqüência de passar ali, me deixando com fome sempre.
O que leva eles a fazerem isso? Porque para eles eu sou uma ameaça, o fato de eu Sempre sair a procura de confusão, como meu pai e meu irmão sempre dizem, faz com que a tribo seja ameaçada,e eles temem que eu chame alguém que não merece para a tribo.
Minhas únicas coisas a fazer são desenhar, escrever e navegar na web. Não tenho uma vida. Talvez quando eu era mais nova, eu não sofria tanto por conta da minha mãe. Várias vezes eles já brigaram por causa do meu pai querendo me matar. Minha mãe morreu enquanto me defendia de um lobo de uma tribo inimiga. Meu pai me levou para dentro de um carro enquanto ela lutava. Mas quando voltamos já era tarde demais. Eu tinha 3 anos, isso marcou muito a minha infância. 75 anos se passaram longe da minha mãe. Ainda choro todos os dias por isso, pensando como eu estaria vivendo atualmente se ela ainda estivesse comigo.
Sabe, sempre que eu penso na minha mãe – e na morte dela – é como se uma estaca fosse colocada no meu peito, fazendo toda essa dor voltar. É como se minha alma estivesse saindo de mim, esse vazio... Esse vazio dói. É como se uma parte de mim fosse arrancada, é como mergulhar em um mar de amargura, é uma dor inexplicável, indescritível.
Meu pai já teve umas cinco mulheres para a candidata madrasta. Nenhuma foi aceita, então ele se mantém sozinho. Depois de alguns anos passei a ter uma vida social. Eu finalmente tinha a companhia da minha família na mesa de jantar, eu freqüentava a escola e tudo mais. Nunca dava uma palavra caso tivesse algum assunto na mesa. Parava de comer e ia direto para o meu quarto.
Bom, como minha família não confia em mim, meu primo foi, tipo, contratado pelo meu pai para me vigiar, caso eu converse com alguém que não deve, fale sobre algo que não posso, essas coisas. As pessoas pensam que ele é tipo, meu melhor amigo para sempre – BFF para os íntimos – porque ele fica comigo, tipo, sempre. Eu vou lanchar, ele vai sentar junto comigo; eu to estudando, ele vai ficar do meu lado, etc. Mas ele não conversa comigo e tudo o que eu falo pra ele, ele simplesmente ignora. Então ele não é nem um ‘amigo de fachada’, ele fica no celular o tempo todo, tipo, sério, não é brincadeira, é todo tempo mesmo.
Ele quase não me faz ter amigos. Sempre que eu converso com alguém – o que é raro – ele sempre atrapalha. Por isso as conversas são meio tensas. Sempre que alguém falava um simples oi ele olhava com aquele ar assassino de quem iria arrancar suas cordas vocais se você dissesse mais alguma coisa ou falava algo como Quem é você? Ou Vá embora, com um ar bem mórbido. As pessoas normalmente saiam correndo; a única vez que isso não funcionou foi com a Catarinn.
 – Fala menina! – ela disse já vindo puxar um papo comigo.
– Ahn... – eu me virei para ela quase sorrindo –... Oi? – gaguejei. Olhei para o lado e o Timmy, o primo contratado para se passar como meu amigo, começou a olhar para nós.
– Huh, olá, hm... rapaz – ela disse se referindo ao Timmy com um largo sorriso no rosto. Ajeitou o chapéu e fez uma careta engraçada de desaprovação, levando os dedos ao encontro dos lábios. – Huh, que palavra mais século passado. – eu ri – Qual é teu nome, jovem? – ela fez uma cara de como quem dissesse “melhorou”.
– Timmy – ele disse aos sussurros, com aquela voz arranhada.
– Ok, Timmy. – ela disse se sentando ao meu lado, o que fez Timmy ficar ainda mais inquieto. Guardou o celular no bolso e se endireitou na cadeira olhando de uma forma ameaçadora para Cat, como ele faz com todo mundo que se atreve a conversar comigo. Normalmente as pessoas saiam naquele instante, menos Catarinn, o que me fez ficar ainda mais aliviada e ver que ela poderia ser realmente uma amiga para todas as horas, porque ela não desistia fácil de seus amigos. Ou quem ela queria que fossem. Eu olhei para baixo com um rosto aliviado – O que foi, moça Jenn?
– Huh, você já sabe meu nome, grande começo – eu disse sorrindo – é que, sabe, ninguém conversa comigo...
– Você é do tipo que gosta de ficar sozinha, então? – Cat disse me interrompendo. Eu ia responder algo, mas o Timmy respondeu na frente.
– Exatamente. Agora saia. Ela não gosta da companhia de muitas pessoas – ele dizia ainda com aquele olhar de parar o sangue.
– Eu ia dizer que eu a faria mudar, jovem Timmy – ela disse com um sorriso de desafio – Não se apresse com as palavras.
Timmy ficou realmente irritado agora.
– E eu também não tinha terminado de falar – eu me ajeitei na cadeira como se desafiasse o Timmy também, eu adoro isso. – Enfim, não que eu não goste de fazer amigos, só não tenho uma... uma... uma chance, sabe?
Ela fez que sim com a cabeça. Eu sorri.
– Huh, compreendo. Mas, não é tão difícil de ficar perto das pessoas. Por mais que elas sejam, a maioria, bem traiçoeira, alguns, poucos, é que realmente merecem estar perto. Mas as pessoas são falsas e escondem o que realmente são. Mas, apesar do sentimento das outras pessoas, você não pode esconder o que sente. O sentimento dela não vai mudar o seu, então corra atrás das suas paixões e amizades. Todos têm um lado bom dentro de si. – Ela sorriu. Pode ser louca mas nesses casos fala melhor que ninguém.
Foi aí que eu percebi que a Cat era quem merecia ser minha amiga de verdade, ou o contrário. Só sei que, eu confiava muito nela, assim, sabe?, do nada. Ela é a minha única amiga até hoje.
O resto se resume em : futuros amigos que fugiam do meu primo, aulas chatas, brigas com a minha família, e mais chatice de todas as partes.
Inspiração na série de livros Alfa e Ômega, de Patricia Brigghts;
Parte Bônus.
Momento em que Jenn perdeu sua mãe
A jovem Jenn caminhava tranquilamente em sua forma lobo pela floresta com a companhia de sua mãe. Estavam em cima de uma montanha, a neve fazia os olhos da pequena brilharem como uma lâmpada acesa. Jenn olhava para trás para ver a trilha de patinhas que fez ao pisar no chão fofo da montanha cheia de neve.
Foi nesse momento que um lobo de uma tribo inimiga ficou observando-os, para ver o momento certo para atacar.
Jenn ficou pulando em um lugar para ver suas patas fazerem vários clones das mesmas, e nesse momento o lobo pulou em cima de Jenn. A pequena começou a chorar, já no chão. A mãe dela correu loucamente ao seu encontro e empurrou o lobo para longe de Jenn. Jenn se levantou olhando para sua mãe, que lutava com o lobo.
Ambos estavam cheios de sangue, o lobo empurrou a mãe de Jenn, foi ao encontro dela para fazer aquilo tudo acabar, mas a mãe dela atacou, mordendo o pescoço dele. Jenn chorava.
Seu pai chegou e puxou Jenn para um lugar longe daquilo tudo para deixá-la em algum lugar seguro, enquanto ela gritava :
– MAMÃE!
Seu pai deixou-a dentro do Jipe amarelo e saiu para ajudar a mãe da pequena. Jenn fugiu pela janela e começou a seguir seu pai. Se pôs em lágrimas ao ver aquilo.
Sua mãe, já com a forma humana, estava deitada, chorando, porém, com uma grande marca em seu peito, jorrando sangue. Jenn se aproximou :
- M-mamãe? – ela disse colocando a patinha levemente em seu ombro – Mamãe, acorda! – ela começou a chorar – PAPAI POR QUE A MAMÃE NÃO ACORDA? MAMÃE! – as lágrimas caindo no casaco de sua mãe. Se abaixou até apoiar o rosto em seu peito. – Mamãe eu te amo... – disse em meio aos soluços, sem se importar com o sangue que grudava aos seus cabelos.
OBSERVAÇÕES
O Stewart realmente gosta da Anna, (Stewart : EU NÃO GOSTO DELA MEU DEUS! Eu : CALA A BOCA FOI EU QUE CRIEI VOCÊ! Stewart : na verdade quem me criou foi a Patric... Eu : E vai me dizer que você não gosta da Anna no livro? Stewart : AAAAARGH) e a Anna não é uma pessoa ruim.
A tribo, o Stewart (no livro ele tem um nome diferente), a Anna, o pai da Jenn e a causa da morte da mãe da Jenn foram inspirados no livro Lobos Não Choram. (A parte que a Anna dormia com o Stewart também; Jenn : UAHEUAHEUE; Stewart : cala os dedo ;-;).